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Como o Brasil passou a ser uma potência paralímpica?

Resultados recentes, investimentos, programas de incentivo e bolsa atleta explicam o desempenho histórico

Como o Brasil passou a ser uma potência paralímpica?
Foto: Alessandra Cabral/CPB

O esporte paralímpico no Brasil vem alcançando feitos importantes nos últimos anos. No Mundial de Atletismo Paralímpico, disputado recentemente em Nova Delhi, na Índia, o atletismo conquistou um marco inédito: consagrou-se, pela primeira vez na história do Brasil, como campeão mundial, superando a China, a maior potência do atletismo adaptado, no quadro geral de medalhas.


O histórico do Brasil, principalmente nas Paralimpíadas, consolida o país como um dos principais participantes dos jogos. O Brasil tem se mantido no Top 10 no quadro geral de medalhas nas últimas edições e, mais recentemente, alcançou o auge nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, onde fez a melhor campanha de sua história, terminando pela primeira vez no Top 5 do quadro de medalhas. Assim, o país soma 462 medalhas Paralímpicas conquistadas em toda história da competição.


A ascensão é confirmada ao analisar os números de aplicação das leis de incentivo e do programa Bolsa Atleta. Em conformidade com dados do Governo, 100% dos cerca de 50 atletas que estiveram no Mundial de Atletismo Paralímpico eram apoiados pelo Bolsa Atleta do Governo do Brasil, e mais de 98% dos atletas na delegação paralímpica de Paris 2024 também contaram com o programa.


O programa, criado em 2004, já investiu mais de R$1,5 bilhão em mais de 37 mil atletas, com mais de 105 mil bolsas concedidas. Além disso, no ano de 2025, o Governo Federal renovou parceria com a Caixa Econômica Federal junto ao Comitê Paralímpico Brasileiro, garantindo suporte financeiro e estrutural para mais de 120 atletas e 18 modalidades, com um investimento de R$160 milhões para os Jogos Paralímpicos de Los Angeles 2028.


“O sucesso que presenciamos no Mundial de Atletismo Paralímpico e nos Jogos Paralímpicos, com títulos mundiais e a melhor campanha em Paralímpiadas no ano de 2024, é diretamente proporcional ao suporte oferecido pelas leis de incentivo e pelo Bolsa Atleta. O programa é fundamental porque garante a continuidade das carreiras, permite que o atleta se dedique integralmente e abre espaço para o surgimento de novos talentos, o que se traduz em mais pódios e, principalmente, em inclusão social e inspiração para milhões." destaca Vanessa Pires, CEO da Brada, startup que atua conectando investimentos de incentivo em projetos de impacto positivo.


O sucesso paralímpico serve de espelho e motor de transformação para o país. Em um cenário nacional que conta com cerca de 18,5 milhões de pessoas com deficiência - aproximadamente 8,9% da população segundo a Pnad Contínua 2022 do IBGE - o esporte se mostra um vetor de mudança. 


A pesquisa Tracking Sintonia com a Sociedade de 2024, realizada pela Globo, aponta que 81% dos brasileiros concordam que o esporte representa uma ferramenta de transformação social para as pessoas com deficiência. Para garantir que o ciclo de descoberta e formação de talentos não se restrinja apenas ao eixo Sudeste, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) descentralizou investimentos, promovendo festivais paralímpicos em 120 cidades, e atendeu mais de 40 mil crianças até o momento no ano de 2025.

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