Conheça melhor os tokens oferecidos a torcedores de futebol
- 12/09/2023
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Ativos digitais dos clubes concedem rendimentos e direito a decisões em algumas questões relacionadas ao time; veja as principais diferenças
Cada vez mais comuns na vida dos brasileiros, os criptoativos conquistaram o público devido à facilidade de serem adquiridos a um custo acessível, aliado com a segurança do blockchain. A mesma tendência tem se refletido no mercado da bola, por meio dos tokens colocados à disposição pelos times de futebol aos torcedores. Apesar de oferecerem vantagens e bons ganhos, é preciso ficar atento às modalidades existentes, pois cada uma apresenta diferentes rendimentos ou benefícios.
No Brasil, existem praticamente dois tipos negociados aos amantes dos clubes ou simplesmente para quem busca um rendimento financeiro diferente. Nesse caso, os interessados podem comprar os tokens de direitos creditórios dos jogadores. Já os fan-tokens dão direito a decisões em algumas medidas das agremiações.
Apesar das diferenças, o objetivo dos dois é um só: arrecadar recursos e, em troca, conceder algumas vantagens. “Os tokens conjugam a paixão típica dos brasileiros pelos seus times com a possibilidade de ganhos financeiros reais ou alguns benefícios”, avalia Carlos Akira Sato, especialista em ativos digitais, fintechs, special situations e sócio do escritório Jantalia Advogados. Em 2022, a Confederação Brasileira de Futebol registrava 1.276 clubes de futebol profissional, dos quais apenas 25 se enquadram com SAFs.
Para ele, o potencial desse mercado é enorme por ser totalmente novo. Por isso, poucos clubes ainda lançaram tokens. “Acredito num crescimento exponencial do setor, que vai ais além do futebol e pode migrar também no vôlei, basquete, skate surf, pôquer, atletismo e no esports”, prevê Akira.
Conheça os tokens colocados à disposição do torcedor e suas características:
Tokens de direitos creditóriosSeu objetivo é de proporcionar um rendimento aos seus proprietários, baseado nos direitos dos clubes sobre as transações que envolvem jogadores formados em sua base. Essa modalidade de ativo está prevista pelo Mecanismo de Solidariedade da FIFA, que garante aos clubes formadores de determinado atleta o direito a 5% dos valores decorrentes das transferências.
“Poucos clubes lançaram tokens relacionados aos direitos creditórios de seus jogadores e o histórico de transações envolvendo jogadores brasileiros é relevante”, avalia Akira. Prova disso, ele destaca a mudança do atacante Neymar do clube francês Paris Saint-Germain para o Al Hilal, da Arábia Saudita, que rendeu R$ 18 milhões aos portadores dos Tokens da Vila, relacionados ao Santos, onde o jogador foi descoberto e se formou.
Para os interessados em comprar esse tipo de token, o especialista orienta acompanhar o mercado e as novas emissões. Como referência, no ano de 2022 as transações envolvendo jogadores no mercado global atingiram US$ 6,5 bilhões. O Brasil foi o país que registrou o maior número de saídas.
Fan-tokensTrata-se de um ativo digital que não é considerado valor mobiliário. Apenas confere direitos aos proprietários em algumas decisões. Entre elas, estão a escolha de uniforme para uma partida, a interação com o clube e seus profissionais e compra ou sorteio de itens exclusivos.
Akira explica que a finalidade é proporcionar iniciativas capazes de promover o engajamento dos torcedores com as atividades do clube. ”Eles não são investimentos, mas conferem benefícios e experiências aos seus proprietários”, detalha.
Recém-chegado em 2021, o fan-token já foi emitido por alguns dos principais clubes. Entre eles, estão o Corinthians, o Santos, o São Paulo, o Palmeiras, o Flamengo, o Botafogo, o Vasco, o Atlético Mineiro e o Cruzeiro, além de outras agremiações.
Mais notoriedadeEsses ativos digitais passaram a chamar mais atenção após uma movimentação para profissionalizar os times. Recentemente, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou o Parecer de Orientação nº 41/2023.
O documento garante para as Sociedades Anônimas do Futebel (SAFs) diversas modalidades de captação de recursos no mercado de capitais, a exemplo de negociação de ações na bolsa, emissão de debêntures ou crowdfunding – plataforma digital para arrecadar recursos.
Sobre a fonteCarlos Akira Sato é sócio do escritório Jantalia Advogados, especialista Mercado de Capitais, Mercado Financeiro, Finanças Web 3, fintechs e special situations.
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