O fantasma do rebaixamento: ex-CEO de clube brasileiro analisa processo de mudança nas equipes rebaixadas
- 10/01/2022
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A temporada está se iniciando para a maior parte dos clubes no país, que estão em pré-temporada e processo de montagem para as competições de 2022.
Neste ano, a Série B do Brasileirão mais uma vez contará com gigantes do futebol brasileiro como Vasco, Grêmio, Cruzeiro, entre outros. Grêmio, Bahia, Sport e Chapecoense rebaixados da Série A em 2021.
Essa queda, além dos aspecto moral, traz inúmeras mudanças em diversos setores das equipes, que precisam se readequar à nova realidade.
Pedro Henriques é especialista em direito desportivo e já foi CEO e também vice-presidente do Bahia. Ele explicou os impactos financeiros.
- Sem dúvidas, o principal impacto é relativo aos contratos de TV. Desde 2019 não existe mais a chamada “cláusula pára-quedas” que mantinha a remuneração dos clubes que tinham contrato de transmissão com a Globo ou Turner pra série A. Então esse primeiro impacto imediato já é na casa das dezenas de milhões. Além disso, naturalmente, costuma haver diminuição de receitas vinculadas ao torcedor, especialmente plano de sócios e público no estádio - disse.
Pedro completou ainda explicando as dificuldades que surgem também na gestão.
- Rebaixamentos costumam ser consequências de inúmeras falhas, não apenas do campo, mas também de gestão! A reformulação costuma ser algo desgastante. Fazer desligamentos de muitos profissionais é sempre difícil. E isso costuma ser necessário tanto para adequação à nova realidade financeira quanto por conta da ineficiência do trabalho da temporada anterior. É preciso ter serenidade para diagnosticar rapidamente os principais erros cometidos e atuar de forma célere na correção - completou.
Graduado e professor de Direito, Pedro Henriques foi eleito o melhor CEO de clubes do Brasil pela CONAFUT em 2020. E como ex-CEO de uma tradicional equipe do futebol brasileiro, ele destacou o que considera o maior desafio em casos de rebaixamento.
- O maior desafio é promover as mudanças que forem necessárias. O futebol é um meio que não está acostumado com “rupturas” de gestão. Mas, se chegou ao ponto de ser rebaixado, é preciso reconhecer que as coisas não estavam funcionando adequadamente! Não há tempo para negação dos fatos postos. É preciso muita dinâmica para entender a nova realidade em que o clube está inserido e fazer o planejamento adequado para recoloca-lo na Série A. Além disso a comunicação também é fundamental. A torcida certamente estará magoada então precisa ser trazida para perto do clube, com transparência e honestidade - finalizou.
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