Construindo uma cultura de respeito e empatia através do esporte: lições das Olimpíadas e Paraolimpíadas

  • 02/08/2024
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Construindo uma cultura de respeito e empatia através do esporte: lições das Olimpíadas e Paraolimpíadas

Especialista em psicologia positiva e bem-estar comenta sobre a importância da conscientização das pessoas sobre as diferenças entre indivíduos

A história da humanidade é composta pela diversidade, tanto que há inúmeros mitos, em diversas culturas, que contam histórias de pessoas com deficiências, tentando explicar e ajustar a existência dessas pessoas a cada tempo. Na Grécia temos o exemplo de Hefesto e na cultura afro-brasileira, o orixá Omulu. Mesmo assim, depois de milhares de anos, ainda estamos discutindo como naturalizar a presença de corpos diversos nas escolas, nas empresas, nas ruas, nos parques e nos esportes.

Para Rodrigo de Aquino, especialista em Psicologia Positiva, “a presença de pessoas com deficiência em eventos esportivos como as Paraolimpíadas é fundamental em diversos sentidos. Traz visibilidade, notoriedade, senso de pertencimento, acolhimento, autoestima e reconhecimento do potencial existente nessas pessoas. Os corpos que antes eram escondidos, agora podem ser exibidos e celebrados nos pódios, ganhando medalhas. Assim, aos poucos vamos naturalizando a força dos PCD’s e da diversidade”.

“Uma cultura de paz e cuidado gera oportunidade de forma equânime, permitindo com que todos possam viver dignamente. Consciente dos seus limites e potenciais, numa cultura inclusiva e digna, um atleta paraolímpico tem toda segurança social para treinar e exercer seus talentos, confiança e preparo para seguir adiante e liberdade para praticar tudo isso, com ou sem medo. Mas isso ainda não é realidade em nosso país.”, afirma Aquino.”

Todos os atletas desenvolvem inúmeras habilidades socioemocionais, como disciplina, coragem e foco. Mas, em um evento como as Paraolimpíadas, esses atletas possuem um papel social incrível, inspirando pais de crianças atípicas e pessoas portadoras de deficiências a saírem de casa para buscar ajuda e se socializarem, para que dentro de cada condição, tenham uma boa vida, cada vez mais integrados aos espaços públicos.

“A criação de uma cultura de paz e cuidado e de uma sociedade mais feliz, depende muito mais de nós, pessoas sem deficiência do que dos PCDs”, comenta Rodrigo, ao mencionar que são as pessoas consideradas ‘padrão’ que possuem privilégios e por isso, tem mais força na hora de escolher líderes e representantes, como síndicos de prédio ou nas eleições para prefeitos ou vereadores que acontecem no final do ano.

“Precisamos rever piadas capacitistas, criar vagas de liderança para pessoas com deficiência para que elas tenham voz, ganhem relevância e possam, por exemplo, defender estrategicamente o patrocínio de atletas paraolímpicos. Isso tudo tem a ver com propósito, vida significativa, emoções positivas e conexões nutritivas, pilares fundamentais para o florescimento humano e para a felicidade de todos”, finaliza o especialista em felicidade e bem-estar.


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