Como sua declaração de renda pode impactar na prática do esporte feminino

Como sua declaração de renda pode impactar na prática do esporte feminino

Lei de Incentivo ao Esporte tem papel fundamental na presença feminina no esporte

Foto: Rafael Bello/COB


Iniciou-se na última semana o período de entrega da declaração de renda, que se estende até o dia 30 de maio. Com o intuito de incentivar a prática de esportes no país, foi sancionada em 2006 a Lei de Incentivo ao Esporte (LIE), que possibilita a dedução do valor do Imposto de Renda à partir de doações para projetos das diversas manifestações desportivas e paradesportivas distribuídos por todo o território nacional.

A doação se categoriza como uma contribuição sem retorno financeiro ou contrapartida esperada, com possibilidade de doação de até 7% do IR. Já o patrocínio, efetuado por pessoas jurídicas, é um investimento que uma entidade pública ou privada faz em um evento, atleta ou equipe e pode representar até 2% do IRPJ.

Essa iniciativa impactou diretamente na quantidade de recursos e investimentos direcionados para a integração de meninas e mulheres no esporte. É graças a incentivos da LIE que hoje conhecemos gigantes como Rebeca Andrade, que iniciou sua carreira no projeto social Iniciação Esportiva da Prefeitura de Guarulhos (SP) e treinou no projeto Futuro Campeão da Confederação Brasileira de Ginástica; Rafaela Silva, que se destacou no judô através do Instituto Reação; e Jerusa Geber, que foi às Paralimpíadas de Paris pela Acqua Desportiva.

“A Lei de Incentivo ao Esporte é vital para o desenvolvimento de atletas. Ela entrega os recursos necessários para terem melhores condições de treino e competirem a nível nacional e internacional. Seja na captação de recursos para o desenvolvimento esportivo ou como peça fundamental na transformação social, é importante destacar o impacto dessa lei para as mulheres, que por muitos anos foram negligenciadas pelo universo esportivo, e hoje podem contar com um número muito maior de recursos e destaque", enfatiza Vanessa Pires, CEO e fundadora da Brada, plataforma que conecta empresas e investidores com projetos de impacto positivo.

Lei de Incentivo e o futebol feminino

É impossível falar de esporte no Brasil sem falar de futebol, ainda mais em um momento tão importante para a modalidade feminina no país. Segundo “O Maior Raio-X do Torcedor” o percentual de brasileiros que assistem a partidas de futebol feminino passou de 38% para 41%, entre 2023 e 2024. 

Esta evolução também é resultado dos incentivos da LIE, que possibilitou que clubes investissem mais nas categorias femininas. Em 2024, o Náutico aprovou um projeto que tinha como objetivo captar R$1,5 milhão para serem aplicados na melhora do ambiente de treinamento, equipamentos e transporte da equipe feminina.

Dentre os gigantes do futebol brasileiro, o Vasco se diferenciou em 2023 quando, ao comemorar o centenário de sua primeira equipe feminina, divulgou no Diário Oficial o plano para captar R$6 milhões. O dinheiro teve como destino a reestruturação de todo o departamento com a contratação de profissionais para se dedicar apenas ao futebol feminino e investimento em estrutura, que contempla local para treinos, hospedagem, alimentação e locomoção, além de acompanhamento diário na saúde das mulheres.

“Quando se trata do futebol feminino, a Lei de Incentivo ao Esporte tem sido fundamental para o crescimento e, sobretudo, para o desenvolvimento da modalidade, proporcionando o fortalecimento dos clubes, atraindo mais investimentos e melhorando as condições estruturais para as atletas”, finaliza Vanessa Pires.

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